Peregrinos de Esperança
Proclamado pelo Papa Francisco, o Jubileu Ordinário, que acontece a cada 25 anos, terá início no dia 24 de dezembro de 2024, com a aberta da Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e terminará em 6 de janeiro de 2026.
O tema escolhido para este Ano Jubilar é “Peregrinos da Esperança”. A preparação para este Jubileu começou há dois anos, com o Ano do Concílio (em 2023) e o Ano da Oração (em 2024).
“Jubileu” é o nome de um ano particular. O termo parece derivar do instrumento que se usava para indicar o seu início: o yobel (chifre do carneiro), cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur). Esta festa, que acontece a cada ano, assume um significado especial quando coincide com o início do ano jubilar.
Encontramos uma primeira ideia disto na Bíblia. Segundo o livro de Levítico, o ano jubilar tinha que ser convocado a cada 50 anos, já que era o ano “extra”, o ano a mais, que se vivia a cada sete semanas de anos (cf. Lv 25,8-13). Ainda que fosse difícil de realizar, foi proposto como ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.
Citando o profeta Isaías, o evangelista Lucas descreve assim a missão de Jesus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19; cf. Is 61,1-2). Essas palavras de Jesus tornaram-se também ações de libertação e de conversão no quotidiano dos seus encontros e das suas relações.
O primeiro Jubileu foi proclamado pelo Papa Bonifácio VIII em 1300, é também chamado de “Ano Santo”, porque é um tempo no qual se experimenta que a santidade de Deus nos transforma. A frequência do jubileu mudou ao longo do tempo. No início era celebrado a cada 100 anos; passou para 50 anos em 1343 com o Papa Clemente VI e para 25 em 1470 com o Papa Paulo II. Também há jubileus “extraordinários”: por exemplo, em 1933 Papa Pio XI quis recordar o aniversário da Redenção e em 2015 o Papa Francisco proclamou o Ano da Misericórdia. A forma de celebrar estes anos também foi diferente: na sua origem, fazia-se a visita às Basílicas romanas de São Pedro e São Paulo, portanto uma peregrinação, mais tarde foram-se acrescentando outros sinais, como a Porta Santa. Ao participar no Ano Santo, vive-se a indulgência plenária.
Sinais do Jubileu
O jubileu tem alguns sinais característicos que os cristãos são chamados a viver com maior intensidade neste período. São eles: a peregrinação, a Porta Santa, a reconciliação, a oração, a liturgia, a profissão de fé e a indulgência.
Bula de proclamação
Segundo a tradição, cada Jubileu é proclamado através da publicação de uma Bula Papal (ou Bula Pontifícia) de Proclamação. Por “Bula” entende-se um documento oficial, geralmente escrito em latim, com o selo do Papa.
A Bula do Jubileu Ordinário de 2025 publicada pelo Papa Francisco chama-se Spes non confundit (A esperança não engana) e traz as datas das celebrações do Jubileu em Roma e nas dioceses.
Acesse a Bula pelo link: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/bulls/documents/20240509_spes-non-confundit_bolla-giubileo2025.html.
Fonte: www.iubilaeum2025.va (com adaptações)